É impossível ficarmos indiferentes ao Natal. Mas, para mim, o centro do Natal é o Cristo do Presépio: Aquele que veio a este mundo numa situação de absoluta pobreza, de braços abertos para nos encher de todos os seus dons.
Obviamente que isto dá um "certo" incómodo e cria o sentimento de contradição quando por via do consumismo, na sede de se dar alguma coisa a alguém, nos ficamos pelo rito, tantas vezes vazio, das "prendas", normalmente dadas a quem delas nem sempre precisa. Perdêmo-nos, então, na futilidade dos nossos gestos, longe da inquietação que os pobres e a pobreza deveriam ser para nós, à imagem da experiência do Deus- Menino. E com estes gestos, muitos outros ao longo do ano e da vida, se juntam enchendo as nossas memórias de possíveis e reais banalidades. Pergunto-me: onde está / estão os nossos presépios? Onde nos encontramos com Deus feito Homem na pessoa daqueles que mais carecem? Onde perdemos / encontramos a nossa generosidade gratuita? Numa campanha de solidariedade? Num hipermercado? Numa loja de brinquedos? Numa boutique? Este ano, na minha família, resolvemos fazer diferente: em vez de andarem todos loucos à procura de "prendas" uns para os outros, decidimos que cada um compraria apenas uma prenda para outro, ao estilo do amigo secreto, sendo a mesma, algo que o próprio pediria como fazendo parte de uma das suas necessidades. Quanto a comidas especiais: dividimos tarefas. Objectivos deste Natal: diminuir os gastos de cada um, tornando o Natal menos consumista; encontrar tempo para descansar e reduzir o esforço da minha mãe, que todos os anos fica extremamente cansada com estas festividades... Tudo isto permitirá atingir uma finalidade: não perder o sentido profundo do Natal que, entre outras coisas, queremos encontrar na nossa identidade com o Cristo pobre... É um primeiro passo, mas já grande, tendo em conta os hábitos anteriores, no sentido do desprendimento. Votos de um Santo Natal para todos.
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